8 de junho de 2010

A muralha;

Eu me lembro das diversas vezes que fui capaz de mentir. Das diversas vezes que fui capaz de dizer não, quando minha vontade era simplesmente dizer um "Eu quero"; "eu vou". Sempre me neguei a ter alguma relação interpessoal de qualquer genero, numero e grau, com quem quer que fosse, a hora que fosse. E sim, eu sinto falta de ter alguém do meu lado, de ter com quem conversar sobre as coisas tolas da vida, sobre os sonhos doidos e bobos, sobre o dia que tive. Eu me irrito com essa minha mania filha da puta, de sempre falar sobre não ter ninguém e não conseguir ser feliz assim. Ora, eu SOU feliz; O problema é que eu gosto mesmo de um drama, de uma ceninha, seja qual for, pra plateia que for. E isso, me torna falsa, uma atriz, uma protagonista, por favor eu gosto mesmo de ser o centro das atenções, mas por gostar tanto, é o que menos tenho. Sempre tive vontade de ver meu nome em créditos finais, sempre quis mesmo ver meu nome em prêmios instalados em estantes por corredores de uma casa enorme, e vaga. Eu me privei de gostar das pessoas e criei uma dura barreira contra o mundo; barreira essa, que pessoas covardes, como a maioria das pessoas do mundo, SEQUER cogitam quebrar. Pra que? Ninguém gosta de surpresas, e convenhamos, existem surpresas que não são de todo boa, nem de todo ruim. Mas ninguém procura pelo lado bom. Eu tenho martelos, marretas, dinamites e tudo tudo que possa levar essa muralha a baixo, mas faltam apenas duas coisas: motivação e recompensa; Eu não quero derrubar por derrubar, e voltar a ser frágil, vulnerável, me foder de novo. Mas ao mesmo tempo, eu quero ver o que tem do outro lado, sentir o estômago com borboletas, ouvir meu coração bater, acelerar. As vezes eu tenho que me certificar que ainda há um coração em mim, quase sempre. Só que, não tenho escadas que me levem ate o topo da muralha e estejam ali pra quando eu quiser voltar. Ou eu pulo, ou eu fico aqui; Ou, arrebento a muralha. Eu posso fazer uma janela, colocar uma grade e observar de longe, podendo ver mais de perto quando algo chamasse atenção, e então, fugir quando o alvo se aproximasse com tesouras ou objetos cortantes. O que eu tenho é medo dos sentimentos, e de suas consequências. Enfim, um dia isso muda, eu quebro a muralha. Mas antes, compro materiais suficientes para construir uma nova no lugar, por precaução.

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