16 de maio de 2010

Espelho;

Olha te, repare em ti, perceba cada parte que desconhece, elas estão ali, olhe com mais cautela; Vedes? Não és o que esperava não é? Vedes o meu reflexo ao invés do teu? Hum, curioso, mas tu consegues ver realmente quem eu sou, ou vê apenas o que idealiza que eu seja? A única pessoa que realmente consegue me ver de verdade, sou eu. Eu me olho, me reconheço e me envaideço a cada olhadela em direção ao espelho; adquiri percepção. Numa fração de segundos, vejo me por completo, até de relance, e de todos os ângulos. Porque eu sempre sou eu mesma, nunca mudo nada. Claro que mudo de penteado, troco o make up, arrumo aqui, arrumo ali. Mas o espelho reflete quem somos por dentro e não a casca, a carcaça. Basta que tu saibas ver. Vedes? Olha novamente, o que vê? Vedes a si mesmo? Mas não te reconheces, é isso? Entenda, talvez tu nunca tenha te conhecido realmente, talvez tu sempre tenha visto outras pessoas, que tu mesmo que involuntariamente tomou posse, adquiriu característica. Já fui assim, já fugi de mim pra não querer ver do que eu era capaz; não hoje, não ontem, de tempos em tempos me ocorre de não me reconhecer. Mas a culpa não é tua por não conseguires se ver no espelho, a culpa é do espelho que reflete, e distorce. Reflete o que tu fazes e te mostra, mesmo que distorcidamente. Vedes? Vê de novo. O que tu consegues ver?

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